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Maceió, Alagoas, Brazil
Sou Professor formado em Geografia e atuo na área de ensino da Educação Básica, Técnica e Tecnológica.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eleições em Alagoas: Fiquem de olho nos mentirosos

Imposto de Renda de Collor é Ficção
Rosane diz que o ex-marido esconde bens da Receita Federal e pede sua prisão à Justiça

Com a pensão atrasada há um ano, Rosane Malta pediu a prisão de seu ex-marido, o ex-presidente e senador pelo PTB, Fernando Collor. O processo corre na Justiça de Alagoas, mas quatro juízes se afastaram do caso. “Ele é o único que eu conheço que não vai para a cadeia nessa situação”, diz Rosane.

Ela também quer dividir os bens que conquistou enquanto assinava o sobrenome Collor, que são calculados por seu advogado, Joathas Lins de Albuquerque, em mais de R$ 100 milhões. Há três meses, Lins procurou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que havia discutido com Collor no plenário, para narrar “assuntos gravíssimos”. Simon entendeu que o advogado oferecia um dossiê e não quis conhecer o conteúdo. Nesta entrevista à ISTOÉ, ela acusa Collor de sonegar bens nas declarações à Receita Federal. “O Imposto de Renda dele é ficção”, diz.

ISTOÉ – A sra. tem um dossiê de acusações contra o senador Collor?

Rosane Malta – Prefiro não responder a esta pergunta.

ISTOÉ – A sra. tem feito declarações contra ele e, em Brasília, pessoas ligadas ao ex-presidente acham que é chantagem.

Rosane – Não fiz chantagem coisa nenhuma. Chantagem é se eu falasse coisas que atrapalhassem a eleição dele. Basta ver como vai minha casa: cheia de mato, cinco cachorros para cuidar, iluminação dando problema. Estou pedindo o mínimo para minha sobrevivência.

ISTOÉ – Os fatos que presenciou do ex-presidente, que ele não gostaria que viessem à tona, estão ligados a que assunto?

Rosane – Há várias coisas sobre os anos em que ficamos juntos. Eu estava presente. Prefiro acreditar que Deus vai tocar no coração dele, fazê-lo se arrepender e vir conversar comigo. Não nasci para destruir, nasci para construir. Nada fica oculto. Se ele ainda tem que pagar por alguma coisa do passado, vai pagar.

ISTOÉ – Sentiu-se prejudicada na divisão de bens?

Rosane – Completamente. São quatro anos e meio que estou lutando. Fomos casados durante 22 anos e construímos um patrimônio. Esse pacto que ele fala que assinei, eu não sabia o que estava assinando. Se eu soubesse que tinha assinado uma coisa dessas, eu teria colocado bens no meu nome nesses 22 anos.

ISTOÉ – A sra. ficou só com a casa em Alagoas?

Rosane – A casa está na briga na Justiça. Não tenho nada ainda.

ISTOÉ – Que bens vocês adquiriram após o casamento?

Rosane – Ele hoje tem 100% das Organizações Arnon de Mello. Foram coisas que adquiriu depois de estar comigo. Ele comprou a parte do Pedro Collor, da Ana Luísa, da Ledinha e do Leopoldo com o dinheiro que tínhamos.

ISTOÉ – Qual o valor de todos os bens?

Rosane – Não sei o valor das organizações, que são tevê, rádio, jornal, gráfica. Os bens que ele tem, muitos constam e outros não constam no Imposto de Renda.

ISTOÉ – O ex-presidente declarou ao Fisco, em 2002, um empréstimo de R$ 21 milhões de suas próprias empresas. Em 2006, declarou bens de R$ 4,8 milhões.

Rosane – São coisas que questiono na Justiça. Quando eu recebia R$ 5 mil de pensão, ele declarou à Justiça que tinha só uma retirada de R$ 25 mil, mas somente de uma casa em São Paulo ele pagava R$ 36 mil mensais de aluguel. Mostrei à juíza, falei assim: ‘Ou a Justiça é cega ou é louca’.

ISTOÉ – A sra. convenceu a juíza a aumentar a pensão?

Rosane – Ela aumentou para R$ 13 mil. É pouco para mim, em relação ao que ele tem. Tenho um risco muito grande, porque a casa dá para uma favela.

ISTOÉ – Ele realmente atrasou as pensões?

Rosane – Está atrasado. É o único caso que conheço que não dá cadeia. A gente vê Romário e outras pessoas famosas que não pagam pensão e vão para a cadeia.

ISTOÉ – O ex-presidente ficou com as joias da sra.?

Rosane – São joias de 22 anos, que ele me deu, que minhas amigas me davam no aniversário. São uns R$ 3 milhões em joias, da Priscila Szafir, Bvlgari, Cartier, Tiffany. Os quadros ficaram com ele: Portinari, Frida Khalo, Tomie Otake, Fukushima, Fukuda, Scliar. Pintores famosíssimos e caríssimos. Só na casa de São Paulo tinha mais de R$ 2 milhões em obras de arte.

ISTOÉ – A Casa da Dinda, em Brasília, ainda é de vocês?

Rosane – É sim, fizemos uma reforma, arrumamos tudo, está linda. Acredito que a casa vale mais de R$10 milhões.

ISTOÉ – Os carros importados entraram nessa divisão de bens?

Rosane – Não entrou carro nenhum. Ele tem um agora que vale R$ 3 milhões, uma Maserati. O que tenho é um Chrysler antigo que não funciona, os pneus estão carecas. Ando num Fiesta 2006. Nos Estados Unidos ficou uma Lamborghini e minha Porsche Carrera, último ano.

ISTOÉ – Como é para uma mulher que andava num Porsche ter que usar um Fiesta?

Rosane – Se eu falar que não é difícil estarei sendo hipócrita. O sofrimento não é pelo fato de você ter tido glamour e deixar de ter, o poder é efêmero, mas é você saber que dedicou a vida a uma pessoa. Quanto constrangimento passei. Em Araxá, uma pessoa jogou um prato de comida nele. Em São Paulo, uma mulher se levantou no restaurante e disse: “Meu marido morreu por causa de você.”

ISTOÉ – Os quadros estão na declaração de bens?

Rosane – Claro que não. Deveria, não é? Nem a compra e a venda da casa de Miami. A casa de São Paulo não está. O Imposto de Renda dele é uma coisa impressionante.

ISTOÉ – A sra. quer dizer que o Imposto de Renda dele é fictício?

Rosane – Com certeza. Não tenho a menor dúvida que é ficção.

ISTOÉ – A sra. acredita que ele sonega muito?

Rosane – Com certeza. As coisas vão vir à tona. É uma questão de justiça. Com que dinheiro comprou todas as partes dos irmãos? Como comprou a casa de Miami? Como é que constrói casa em Maceió? Ele tem cobertura em Maceió, tem não sei quantos apartamentos, é um patrimônio altíssimo.
Com o salário que ele tem, é impossível. Ele construiu a nova Gazeta, que é uma maravilha. O prédio está lindo.

ISTOÉ – A sra. tem compreensão do real motivo da queda de Collor?

Rosane – Ele foi imaturo. Ele tinha 40 anos, foi prefeito biônico, deputado federal, governador, presidente, não tinha tido derrotas. Ele se achou, como a irmã dele falava, o Rei Sol, o imperador.

Ele é prepotente, é arrogante.

domingo, 15 de agosto de 2010

O Governo Obama é uma decepção total‏

“Uma decepção total”. É assim, sem meias palavras, que o sindicalista mexicano Ignácio Meneses, radicado na cidade norte-americana de Detroit, define o governo de Barack Obama. Apoiador do candidato democrata em 2008, hoje ele diz não ver qualquer luz no fim do túnel para o país.

Meneses representa um grupo de trabalhadores do ramo automobilístico em Detroit, chamado Intercambio Sindical, organização existente desde 1991. Na condição de um dos coordenadores do trabalho de sua entidade, ele lamenta a discriminação sofrida pelos que se organizam em sindicatos (chegam a receber salários 50% menores) e também incorpora em suas atividades o papel de ativista, em prol dos direitos dos imigrantes latino-americanos.


O sindicalista mexicano participa da terceira edição do Encontro Sindical Nossa América (ESNA), em Caracas (Venezuela), onde foi entrevistado pelos portais Vermelho e CTB. Meneses trouxe dos Estados Unidos relatos importantes sobre as consequências da crise econômica para a classe trabalhadora, expressou sua opinião sobre o caminho que deve ser seguido diante de tal cenário e explicou por que Obama, em alguns aspectos, tem sido ainda mais retrógado do que seu antecessor, George W. Bush.

Leia abaixo a entrevista:

Seu sindicato apoiou Obama em 2008. Qual sua avaliação a respeito da relação entre o atual governo e o movimento sindical dos Estados Unidos? Eu, pessoalmente, apoiei Obama, assim como outros milhões de trabalhadores. Estávamos numa situação muito especial, pois vivíamos a administração de Bush, completamente reacionária e à direita, na qual não restava ao trabalhador norte-americano nenhuma alternativa. Foi por isso que votamos em Obama.

Depois de um ano e alguns meses na Presidência, ele é uma decepção total. Não somente foram perdidos milhões de empregos como também milhões de trabalhadores perderam suas casas e suas pensões. Temos, ainda, guerras no Iraque e no Afeganistão, além de um possível novo conflito no Irã ou na Coreia do Norte. O trabalhador norte-americano não vê uma luz no final do túnel ou qualquer esperança. Não é possível encontrar emprego. Os direitos humanos e sindicais dos trabalhadores, bem como certos direitos básicos vêm sendo negados aos imigrantes – e Obama havia prometido ajuda aos imigrantes. Prometeu, mas nada fez. Pelo contrario: houve mais deportações com Obama do que sob o governo Bush.

Acha que a situação piorou desde a eleição de Obama?

Sim, tem sido uma decepção total.
Você é também ligado a uma entidade que representa imigrantes – a “Detroit unida com os latinos”. Qual trabalho é realizado por essa organização?Nossa organização realiza as marchas em defesa dos imigrantes, anualmente, em todos os 1º de Maio. Essas foram, somadas, as maiores marchas da história dos Estados Unidos - conseguimos nos mobilizar em 68 cidades. Em Chicago, no ano de 2006, tivemos mais de 450 mil participantes; em Detroit, 40 mil e em Los Angeles chegamos a um milhão.

Como você tem visto a ofensiva contra os imigrantes no estado do Arizona?Essa Lei 1070, do Arizona, se assemelha muito a uma outra do século 19, chamada “Slave Act” (ou Lei da Escravidão), na qual, basicamente, se dizia que mesmo se o escravo fosse livre estava sujeito a ser detido e investigado para verificar se era escravo ou não unicamente pelo fato de ser negro. Atualmente, isso se dá com os latinos.Se um turista da América Latina vai ao Arizona, de forma legal, e por algum problema esquece seus documentos no hotel, pode ser detido e deportado por não estar com nenhum papel. O mesmo se dá caso um cidadão tenha um sotaque diferente ao se comunicar em inglês no estado do Arizona.

Diante desse cenário e com a decepção diante do governo Obama, qual é o caminho, sob o seu ponto de vista, para os trabalhadores norte-americanos?A educação política é um caminho. Queremos que o trabalhador norte-americano encontre por meio da educação política uma alternativa aos dois partidos políticos dominantes (Republicano e Democrata), pois ambos não representam a classe trabalhadora nos Estados Unidos. Os dois partidos estão a serviço das grandes corporações, pois cada vez que uma delas tem algum problema o Estado imediatamente atua para salvá-la. Se o governo dos Estados Unidos ou alguma corporação necessita de uma matéria-prima como o petróleo guerras são organizadas para alcançar tal objetivo. Mas, quando se reduzir o deficit publico do país promove-se cortes de gastos em serviços como Educação e Saúde.

Diante da atual crise que consequências ainda poderão ser sentidas pelos trabalhadores?Definitivamente já temos essas conseqüências, já que milhões perderam seus empregos e suas casas. Os impostos coletados dos trabalhadores foram, em grande parte, alocados para salvar os bancos e financiar o Orçamento militar e as guerras no Oriente Médio.

Nem mesmo a nova lei da saúde pode ser considerada como algo benéfico para os trabalhadores?
Essa não é a resposta que o trabalhador necessita. O trabalhador nos Estados Unidos, ainda que tenha um seguro de saúde, precisa pagar uma porcentagem do preço das consultas médicas. Se necessita de remédios também precisa pagar – mesmo tendo seguro!

A crise atingiu os trabalhadores em seu conjunto. É possível dizer que nesse cenário os imigrantes foram os mais sacrificados ou não há diferenças substanciais?Há diferenças. Definitivamente o trabalhador sem documentos, ilegal, foi mais prejudicado. O preconceito é muito grande e isso o forçou a viver na obscuridade, num caminho que vai desde sua casa para o trabalho e desde seu trabalho para casa, sempre às escondidas, com temor. É muito difícil para esse trabalhador fazer um passeio comum com sua família, pelo perigo de ser questionado.

Qual atividade foi mais afetada pela crise? O ramo da construção civil costuma explorar muita mão-de-obra imigrante...

O imigrante sempre faz os trabalhos mais pesados e difíceis, especialmente na agricultura. Além do mais, eles recebem muito mal e quase não têm benefícios. Mais do que isso: eles também vivem em condições muito difíceis. É comum ver 12 trabalhadores dividindo espaço num trailer – e ainda tendo que pagar um aluguel por isso.

Há também os trabalhadores dos hotéis e outras atividades associadas ao turismo, assim como os da construção.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

BLOCO DE GELO GIGANTE SE SOLTA DE GELEIRA NA GROENLÂNDIA

Um bloco gigante de gelo medindo 260 quilômetros quadrados se soltou de uma geleira na Groenlândia, segundo disseram nesta sexta-feira cientistas da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos.
O bloco se separou da geleira Petermann, na costa noroeste da Groenlândia, a cerca de mil quilômetros sul do Polo Norte.


O iceberg é quatro vezes maior do que a ilha de Manhattan e sua grossura corresponde a metade da altura do edifício Empire State, em Nova York.
Este é o maior iceberg a se formar no Ártico desde 1962, segundo o professor Andréas Muenchow.
NAVEGAÇÃO
O gelo poderá agora ficar congelado onde está durante o inverno ou seguir pelas águas entre a Groenlândia e o Canadá.
Se o iceberg seguir rumo ao sul, poderá interferir em rotas de navegação, segundo Muenchow.
Cientistas já haviam observado rachaduras na geleira no ano passado e esperavam que um bloco se soltasse em breve, formando um iceberg.
Segundo o professor, um pesquisador do Serviço de Gelo Canadense detectou o bloco se soltando na quinta-feira a partir de imagens de um satélite da Nasa, a agência espacial americana.
As imagens mostravam que a geleira perdeu cerca de um quarto de seus 70 quilômetros.Há água fresca suficiente no iceberg para "manter todas as torneiras públicas dos Estados Unidos com água corrente durante 120 dias", segundo ele.
Para Muenchow, está claro que o evento foi causado pelo aquecimento global.Os primeiros seis meses de 2010 foram os mais quentes no planeta desde que começaram os registros das temperaturas, em 1850.Milhares de icebergs se formam na Groenlândia todos os anos, mas eles raramente são tão grandes.